domingo, 17 de novembro de 2013

Uma paixão mundial.

A Kyosho mostra que a paixão por certas marcas é, literalmente, mundial.



O homem é capaz de criar objetos que são admirados e cultuados ao redor do planeta, independente de sua raça, cor, credo ou nacionalidade. Monumentos como as Pirâmides do Egito, Muralha da China, Big Bang Clock Tower, Torre Eiffel ou Cristo Redentor são apenas alguns dos inúmeros exemplos de objetos, seja qual for a sua escala, que ficam marcados na memória comum. No mundo automotivo, marcas são perpetuadas por verdadeiras obras de artes, e cultuadas mundialmente. Não seria diferente com a Kyosho e a representação dessa paixão. Hoje veremos algumas das marcas que a fabricante japonesa reproduz, e renova esse amor, seja em qual escala for.

Pra começar, seja você fã absoluto ou crítico inveterado, a marca do cavalinho rampante está presente na Kyosho. Não vou entrar na celeuma, mas é indiscutível que 10 entre 10 amantes por automóveis fale o nome dela nem que seja uma vez na vida. Estamos falando da Ferrari, claro. A fabricante de esportivos italianos é figurinha constante na linha básica Sunkus K. Têm quinze séries lançadas (sendo uma reeditada), entre carros de rua e de corrida (Fórmula 1 inclusa nessa conta), e é a montadora com o maior número de séries, seja ela estrangeira ou no geral. A maior curiosidade, além dos direitos autorais que já expliquei anteriormente, é o fato da fabricante de brinquedos estar sempre atualizando os moldes de suas minis, o que gera diferença entre modelos antigos e mais novos, e uma maior quantidade de miniaturas colecionáveis da marca. Outro fator interessante é que, pela disposição em que as séries são lançadas pela Kyosho, a cor vermelha não é a única disponível, o que dá opções para diversificar a coleção. Contudo, as peças na cor vermelha, que é uma marca registrada da montadora italiana, são as mais disputadas e se valorizam mais. Parece que esse raio cai sempre no mesmo lugar, independente da fabricante.

Porém, se engana quem pensa que “só” de Ferrari vive a Kyosho! Diferente de outras fabricantes, a marca nipônica tem em seu cast algumas marcas bem interessantes, e outras bem exóticas, mas que atendem bem ao desejo e anseio do colecionador japonês (e por tabela, o resto do mundo). A segunda marca com o maior número de séries representadas pela Kyosho é a... Porsche! Com sete séries, a montadora de Sttutgart vem logo atrás na preferência de moldes para a fabricante japonesa. Em seguida, a Kyosho também traz para sua linha de miniaturas a eterna disputa italiana entre superesportivos: a Lamborghini é representada em 4 séries, com modelos que fazem a cabeça e arrancam suspiros dos colecionadores. Vale salientar que essas 3 marcas não são as únicas presentes. Marcas como BMW, Mercedes-Benz, Audi, Volkswagen, Alfa Romeo, Maserati, Lotus, Mclaren, Aston Martin, Jaguar, Austin-Healey, Dodge, Chevrolet, Chrysler, Ford, Saleen, Jeep, Lancia, Alfa Romeo, e Pontiac. Cada uma dessas tem, pelo menos, um modelo fabricado e distribuído pela fabricante nipônica de miniaturas. 



O que essas quatro minis tem em comum? O fato de todas elas terem sido reproduzidas pela Kyosho. Detalhe, das 4, apenas uma foi produzida por alguma outra grande fabricante, na escala 1:64. E o detalhe da "pima"... é paupérrimo perto da Kyosho.

Muito? Pouco? Pensemos. Eu particularmente acho extraordinário. Não só pela paixão japonesa ser tão aberta a outras marcas, mas pelo tempo que a fabricante desenvolve e vende essas miniaturas. Por que digo isso? Em minha opinião, apenas um país como o nosso, sem uma indústria automotiva nacional (e não nacionalizada, como a que temos) poderia ter uma pluralidade tão grande de gostos. Mas imaginar que um povo com fabricantes de automóveis tão forte e original, como Honda, Toyota e Nissan, poderia consumir apenas os modelos locais, seja pela beleza ou nacionalismo exacerbado. Só esse fato reforça a mentalidade aberta e exigente do oriental. Se o país consegue produzir modelos rápidos, econômicos, belos e seguros, é por que o seu consumidor não se prendeu apenas ao que tinha “em casa”, e foi buscar lá fora como melhorar. Uma forma de protesto original, eficiente e que gerou, no caso do Japão, um efeito dominó, contagiando seus fabricantes, engenheiros e designers a fazer tão bem quanto os estrangeiros. Essa obsessão em não perder para os outros criou um senso crítico grande, mas também um amor automobilístico único, aonde acima da nacionalidade, o que importa é o belo, o perfeito e apaixonante. Pode observar que até mesmo marcas de menor expressão mundial, como Lancia, Alfa Romeo ou Lotus, tem uma representatividade maior do que na maioria de outras marcas de brinquedos, sejam elas americanas, europeias ou orientais. Da mesma forma, no colecionismo diecast, a pluralidade com que a Kyosho trata sua linha causa tamanho impacto que, mesmo sem uma campanha de marketing fora do eixo Japão-China, cria um ambiente de expectativa que poucas marcas conseguem criar. Basta dar uma pequena pesquisada no Ebay e outros sites de compra para sentir como é comentado quando uma nova série é lançada, mesmo que demore meses até ser vendida. Tirando a gigante Mattel, poucas são as marcas que trabalham com a escala 1:64 com tantos itens a venda no maior site de leilão virtual do mundo. Até mesmo no Brasil, a marca começa a crescer, não só pela qualidade e esmero do produto, mas por ser a única que oferece determinado modelo que o colecionador sonha. E olha que estamos falando de uma fabricante que separa quase 50% de sua linha (até o momento) para modelos e marcas nacionais. Imagina se a marca fosse nascida na Europa?

Isso só prova que, apesar de certas coisas serem iguais em todo lugar do mundo (paixão automotiva, predileção por determinado fabricante e etc), certas coisas só acontecem no Japão, e nesse caso, essa originalidade faz toda a diferença. Nós, fãs do mundo inteiro, agradecemos, e muito, seja em que parte do globo terrestre estiver. 

Imagens: Google images e Blog Incredible Mini Garage.

sábado, 6 de julho de 2013

Presa rara e (muito) valiosa.

A Kyosho também tem modelos secretos e raros. E acreditem, são bem caros!

Alguns hábitos sempre serão os mesmos, não importando raça, cor, sexo ou credo. Parece que a civilização, apesar de sua constante evolução, não consegue se desprender de certos vícios. Quer um exemplo: No século XIX, auge do Neocolonialismo, os ingleses não se satisfaziam apenas em caçar Leões nas florestas africanas. Tinha que ser o maior, mais volumoso e forte que encontrassem (ou escutassem que existia). Mesmo nos dias de hoje, não importa ter um veículo completo. Ele tem que ser o melhor, em todos os aspectos possíveis, mesmo que esse desejo seja impossível. Essa compulsão move a sociedade em busca da excelência, mas também tem suas nuances, digamos, excêntricas.

No mundo do colecionismo, sempre existirá um item raro, peça de desejo e muitas cifras, e sonhada por aficionados ao redor do mundo. Seja por sua beleza, representatividade, singularidade ou apenas para poder dizer que só ele tem aquele item, peças raras cada vez mais são comuns em coleções, seja ela de revistinhas ou diecast. Não que seja de forma proposital, mas na maioria das vezes, como forma de fidelizar ou atiçar os colecionadores, as marcas recorrem a estratégia de produzir determinado modelo com pouca tiragem. Algumas vezes, é bem verdade, acontece pelo capricho do destino: problemas de fabricação, desacordo de produção do modelo licenciado, erro na montagem e tantos outros que tornam a miniatura, única dentre tantas outras.

Esse Bead Collection é tão difícil de achar, que vale tanto quanto uma mini rara.

A Hot Wheels é a mais famosa a utilizar essa metodologia, ao lançar dentro de sua linha básica de minis (conhecida como Mainline) a série Treasure Hunt, que traduzido para o bom "portuga", seria a Caça ao Tesouro. A série nada mais é composta por miniaturas que tem uma produção bem reduzida em comparação com o resto da linha básica, além da peça ter acabamento superior e diferenciado, como pneus de borrachas, pintura spectraflame e decoração mais detalhada. A série é febre entre os colecionadores de miniaturas, e criou em volta dela um verdadeiro mercado, com colecionadores e vendedores especializados apenas nos itens já lançados na série. Outro ponto que ajuda a popularidade e desejo pelos T-hunts, como são carinhosamente chamados, é o fato de a maioria das peças serem miniaturas de modelos cultuados pro praticamente todos os colecionadores, como Ferraris, Volkswagens e Muscle Cars americanos, sejam eles antigos ou novos. A série tem fãs quase bitolados, e críticos ferrenhos, seja pelos preços extorcivos que as peças alcançam no mercado paralelo, ou pela diminuição cada vez mais acentuada de peças produzidas para a série, que cria um verdadeiro mercado negro, elevando valores e inviabilizando a aquisição do item.

Mas não pensem vocês que essa tática é exclusiva da gigante americana. Sua discípula japonesa também tem sua série secreta equivalente, e é dela que vou falar um pouco agora.


Vários nomes para a mesma dificuldade.

O fanatismo pela marca de Maranello é tão grande que nem a Kyosho escapa. Mini rara e cara, pode acreditar, a Ferrari está na lista.

Para começar à explicar a(s) série(s) especiais da Kyosho, não basta apenas o nome dela. Existe um significado por trás de sua existência, que temos que decifrar antes. Diferente da Hot Wheels, as minis raras da Kyosho são mais em detrimento da quantidade da peça do que exatamente de diferenças que um item tem para seus semelhantes. Vários itens que hoje são raros, se devem, sobretudo, ao fato da produção das miniaturas ser voltada para o mercado interno asiático, e que só de ser exportado por terceiros ou pequenos comerciantes, e chegar nas mãos de um americano, brasileiro ou alemão, já o torna um item incomum no colecionismo diecast na escala 1/64. Diferente de um Hot Wheels que aonde quer que vamos, encontramos em supermercados e lojas de brinquedos, a Kyosho só produz para o Japão e China, e mesmo assim, apenas algumas lojas tem autorização de comercializar o produto. Esclarecido esse ponto, vamos à explicação.

A Kyosho tem 4 tipos de miniatura rara: Karuzawa Version, Bead Collection (ou OEM Collection), Sunkus K e Shizuoka. Vou explicar pelo “raridade” do item: do mais fácil de ser achado para o mais difícil.

Karuzawa Version – A loja virtual Karuzawa, que detem o direito de fazer pré-venda das minis Kyoshos, na maioria das vezes, lança uma versão da série com decoração diferenciada. Essa miniatura não é vendida junto com a série, só se encontra na loja online e tem uma tiragem limitada. Lembrando que sempre é um modelo, e não vários, como a Mattel faz. Seu preço é sempre 15% mais caro que a mini comum, já na pré-venda, e logo depois, sobe mais de 50% depois que se esgota. Não é a mais rara, mas ao passar dos anos, cada vez se valoriza mais, por já nascer rara. Um dos modelos mais icônicos é a BMW M3 GTR preta fosca da série BMW #2.

Não se engane, esse Alfa Romeo é bem raro, e em termos de qualidade, não difere em nada dos seus "irmãos"comuns.

Bead Collection ou OEM Collection – Aqui, vale lembrar que apesar de um dos itens ter sido série comum da Kyosho (no caso, a Bead), pelo tempo de encerramento de sua produção (foi encerrado em 2009) e pela natureza de sua fabricação (escala pequena de produção) já se tornou raridade absoluta. Modelos como os Porsches 911 GT1 1996/1997/1998 podem custar até 10 vezes mais que uma mini nova atual. As OEM, pela sua natureza de produção independente e limitada, seja para venda direta ao colecionador, ou como brinde de evento, também se torna item raro. Um ponto que tem que ser verificado que nem toda OEM é Kyosho, e por isso, não conta como coleção, mas a maioria das Kyoshos feitas para eventos restritos ou tiragem extra, são OEM. Esas OEM variam bastante de preços, mas muitas vezes tem preços comuns (entre 10 a 20 dólares no Ebay), e até se encontra com certa facilidade, mas por um curto espaço de tempo.

Sunkus K Special – Aqui começa a “encrenca”. Dentro da mainline da Kyosho, é feita, na maioria das vezes, uma mini com decoração especial, e tiragem extremamente limitada. Essa mini é “chase” de forma proposital, e por isso mesmo, torna-se oficialmente o T-hunt da marca nipônica. Fora a pintura, geralmente uma versão limpa ou de cor diferente de alguma mini comum, não existe outra diferença marcante. Diferente da HW, as minis “Special” ou “Chase” da Kyosho não tem um acabamento melhor ou pintura superior ao seu semelhante comum. Todas tem o mesmo esmero em interior, rodas de borracha e montagem. Apenas a pintura muda. Não são tão cultuadas pelos colecionadores, mesmo os japoneses, e muitas vezes é o modelo em si que desperta o interessa, como um superesportivo japonês ou uma Ferrari ou Lamborghini (sim, até aqui a Ferrari faz esse tipo de estrago, acreditem). O preço segue o mesmo padrão dos OEM, e apesar de difíceis, não tem um preço tão elevado como a sua “raridade“ sugere. Vale destacar que muitos colecionadores desconhecem que o item em questão é difícil de se achar, o que acaba baixando o seu valor.

Esse SuperGT Toyota MR2 só foi vendido na Shizuoka Hobby Show. Raridade chancelada pela Kyosho.

Shizuoka Hobby Show – O Japonês é tão aficionado por miniaturas e hobby, que existe uma convenção anual realizada só para o tema, chamada Shizuoka Hobby Show. As principais empresas do segmento que comercializam no Japão participam com estandes, e a Kyosho, entre 2003 e 2010 (com exceção do  Super GT Toyota MR-2, produzido exclusivamente para o evento) fabricou uma versão especial de uma miniatura Bead Collection para vender e presentear os visitantes durante esse evento. As principais diferenças eram a pintura, cromadas, uma versão própria da Spectraflame da Mattel. Extremamente raras, custam sempre entre 50 e 100 dólares, e são com certeza uma das mais raras da marca japonesa.

Que tal apenas pouco mais de 700 peças de uma encomenda especial da Nissan para comemorar mais uma temporada de Turismo nipônico? Esse GT-R teve pouco mais disso produzidos. Achar um? Bem, prepare o bolso...

Special Edition/Encomenda – Aqui é o ápice da encrenca. A Kyosho, como qualquer empresa de brinquedos, muitas vezes recebe pedidos especiais, como a produção de um número extremamente limitado de peças de uma mini, ou para comemorar datas especiais, produz um número reduzido de uma peça para tal comemoração. São miniaturas que não “entram” oficialmente na conta oficial de minis colecionáveis, mas que pela raridade e exclusividade da peça, acabam se tornando realmente o El Dourado das minis Kyoshos. Pena não ter fotos, mas existe uma Ferrari, que foram produzidas pouquíssimas unidades e custa mais do que muita mini 1/12 rara! Outras minis que acabaram ganhando valores exorbitantes são as minis feitas especialmente para produtos promocionais, como o Lexus LFA encartado no DVD de apresentação do modelo, exclusivo para compradores da marca e como souvenir da marca japonesa. Antes, até se encontrava por um preço razoável. Hoje em dia, por menos de 100 dólares, é impossível achar um.

Esse é uma lista rápida dos modelos. Por que digo isso? Por que existem modelos que, hoje são facilmente encontrados, mas de uma hora para hora, somem, e ganham preço e valor inestimável para colecionadores do mundo todo. O mais importante, é que o número de peças raras é pequena perto de outras marcas, o que facilita a aquisição e torna o sonho mais próximo. Porém, uma coisa eu preciso dizer: Esse sonho custa caro. Muito caro! Depois não digam que eu não avisei hein?!

*Crédito/Fotos: Muriel Schiochetti / Daboxtoys / Ebay / Divulgação

quarta-feira, 19 de junho de 2013


Se a América é dos americanos, por que não o Japão para os japoneses?



Entenda por que a linha Kyosho é tão nacionalista.

Existe uma frase famosa, dita por Monroe, presidente americano não tão famoso quanto sua frase, que mostrou toda a intenção do país para com seus vizinhos: “América para os americanos”. O que foi visto no começo como uma simples declaração nacionalista, se revelou posteriormente como uma política intervencionista internacional para influenciar os países da América e evitar influências estrangeiras, sobretudo a europeia.  Porém, essa atitude não só influenciou a politica externa, mas toda uma forma de atuação social e cultural. Antes que você me pergunte o que politica tem haver com a sua mini, vou explicar.
Essa filosofia acabou sendo utilizada por todas as nações, como uma forma de fortalecer seus valores morais, cívicos e culturais, numa clara defesa as influências estrangeiras no mesmo âmbito de atuação. A xenofobia, ou o preconceito aos valores estrangeiros, acabaram sendo exacerbados, e foi refletido no principal campo comum de uma sociedade: sua cultura. Exemplo disso são os brinquedos. Não importa o país que vamos, sempre teremos exemplos locais de brinquedos e brincadeiras típicas do local visitado, e sempre serão defendidos como autênticos e originais, e que deveriam ser apenas eles a serem difundidos entre as crianças. Da mesma forma que é uma defesa, essa atitude também funciona de ataque (cultural, no caso), e os EUA souberam como ninguém usar essa indústria como uma forma de penetrar na cultura estrangeira e molda-la a sua semelhança. Não à toa, se repararmos em brinquedos tradicionais como Barbie e Hot Wheels, a maior crítica perante esses brinquedos é justamente por ser um espelho da sociedade americana, e uma forma de “americanizar” crianças e assim, uma sociedade inteira.

Esse Nissan influencia até hoje os esportivos japoneses. Mas nem todos conhecem o modelo.

Não diferente, a Kyosho trabalha da mesma forma. Se repararmos as séries lançadas pela marca japonesa, não é de estranhar, que vejamos modelos desconhecidos da maioria dos amantes automotivos, como Mazda Savanna GT, Nissan Skyline Turbo RS, Toyota Soarer e Honda S800. Porém, os que são modelos toscos, feios e estranhos, para os japoneses, representam da mesma forma o que Opalas, Mavericks e Gols Gtis para o aficionado brasileiro.

O que temos que lembrar, sempre, que diferente do americano que exporta sua cultura de consumo como forma de influência, o Japão até os dias de hoje ainda é um país fechado, com cultura e gosto típicos e bem pouco divulgado ao redor do mundo. Acreditem, não é só de sushi, sashimi e anime que o país vive. Se pensarmos bem, somente de forma moderna, no final da década de 90, com a popularidade do videogame através dos jogos Gran Turismo e Need for Speed, além da série cinematográfica Velozes e Furiosos, que popularizaram modelos que são verdadeiros deuses sobre rodas, como Nissan Skyline GT-R R34, Mazda Efini RX-7 ou até mesmo o mais famoso (ou menos desconhecido) Honda NSX, desenvolvido pelo saudoso Ayrton Senna.


A importância histórica de um modelo sempre deveria ser o motivo de ser reproduzido, seja de qual nacionalidade fosse. Mas no mundo corporativo não é bem assim.

Escrevi isso tudo por que, sinceramente, acho digno e até mesmo obrigatório uma empresa como a Kyosho produzir sim modelos que marcaram seus colecionadores e povo. Da mesma forma que muitos colecionadores sonham com Chevettes, Pumas e Dodges Polaras na escala que desejam os japoneses também desejam Fairladys, Cosmos e Truenos. Se marcas desconhecidas fazem sucesso, seja aqui, nos Estados Unidos ou Japão, é a mesma: a paixão por automóveis seja ele de que lugar for.

Por isso,  não se incomode se a Kyosho lançar como sua próxima série, mais algum carro japonês que você nunca ouviu, ou até mesmo um Lada Laika. Você pode até não gostar, mas um japonês (ou até mesmo um russo) pode amar aquele modelo, e seja de que nacionalidade for, todos merecemos ter nossos sonhos realizados, não é amantes de Opalas, Brasílias e Pumas?




quarta-feira, 20 de março de 2013

Pequenos detalhes, grandes diferenças – 2° parte.



Nem tudo é perfeito. Até mesmo em um Kyosho.

Como prometi, aqui estou para a segunda parte de minha análise sobre a qualidade das minis Kyosho em escala 1/64. Antes que eu seja linchado em praça pública, vale lembrar que nenhuma miniatura, seja ela de qual marca ou nacionalidade, é perfeita. Esse artigo serve mais para um efeito de conhecimento da marca, uma espécie de “eu avisei”, que muitas vezes procuramos, e mesmo em inglês ou japonês, temos dificuldades de achar. Os critérios usados foram o da minha percepção com as miniaturas que possuo (23 no total, até o momento, sendo 6 Bead Collection), comentários e quase 9 anos de colecionismo na escala 1/64. Claro que respeitarei todos os comentários, sejam eles a favor ou contra a minha opinião, mas não colocando minha Mãe ou Esposa no meio, o resto é aguentável galera.

Então, vamos aos fatos. Toda moeda tem dois lados, duas faces. Com a Kyosho não seria diferente, por mais que torçamos. Alguns detalhes pode ser questão de gosto, outros, inevitáveis no que diz respeito a produção em série de um produto, mas os erros estão lá, e não podemos simplesmente ignorá-los ok?!

A mini pode ser grande, mas acredite, é bem mais leve do que qualquer Hot Wheels moderno. E o plástico está presente em abundância.

O primeiro aspecto negativo é com relação ao peso da miniatura. Não que ela seja uma pluma, mas se analisarem o peso, perceberão que uma mini Hot Wheels ou Matchbox, mesmo com a maior predominância de plástico na fabricação nos últimos anos, pesam bem mais. Resultado de uma liga Zamac mais fina, o que por consequência, deixa a miniatura oriental mais leve. Outro detalhe é que o plástico é encontrado em grande quantidade. Todas as minis tem sim a carroceria feita de metal, mas todas também tem a base feita em plástico, é de certa forma mais fino do que encontramos em outras marcas que se utilizam do mesmo material em seus produtos. Não sei, realmente, se a quantidade é influência na produção de um corpo de metal  e em sua base de plástico, para torná-lo mais detalhado, ou se é apenas questão de economia, mas que uma mini Kyosho é mais leve, isso é inegável.

Outro fator que contribui para o peso é a tinta. As camadas são em menor número, ou menos espessas, na Kyosho do que em outras miniaturas, o que provoca um problema inevitável: miniatura Kyosho e queda não se dão bem, mesmo! Não que nenhum colecionador queira ver suas miniaturas se chocando contra o chão, mas em alguns casos, quando isso acontece, respiramos aliviado que a pintura não foi atingida, e não sofreu o famoso “descasque”. Na marca oriental, não tem erro: é 100% de certeza de ficar danificada. Não só em quedas, mas se a mini ficar muito tempo em contato direto com outra superfície (maleta ou painel de transporte) fatidicamente era sofrerá danos na sua pintura.

Devia vir escrito: "Cuidado, muito frágil! Nunca tire da base acrílica sob pena de ter sua pintura danificada".

Se o detalhamento é um ponto forte, não podemos dizer o mesmo da execução dos encaixes, sobretudo dos rebites e retrovisores. Não é incomum você encontrar uma peça em que o rebite foi colocado tão justo, que a mini fica rebaixada “demais”, e a rodas roçam na carroceria ou sequer rodam. Os retrovisores, muitas vezes, são mal presos, e são demasiadamente frágeis. Qualquer descuido no manuseio da mini, mesmo em sua base, pode fazer que o retrovisor seja arrancado. E o conserto é difícil e raramente fica sem marcas.

Outro ponto polêmico, não que seja um erro, mas uma peculiaridade, são as várias versões de um mesmo modelo. Ferrari, Lamborghini e Porsche são alguns dos modelos que tiveram dois, as vezes 3 moldes de carroceria diferentes para um mesmo modelo, o que pode gerar de duas uma: raiva ou frustração, pois as versões recentes são bem mais reais e detalhadas que as primeiras, ou fascinação e colecionismo ao extremo, pois as versões antigas se tornam raras e valiosas, inflacionando seu preço. Antes que me digam “mas a HW tem trilhões de versões de Mustang ou Camaros”, é raro ela trocar o molde de um mesmo modelo. Geralmente ela cria um molde novo, e adiciona um novo nome, ou é o mesmo ano, mas modelos diferentes. Na Kyosho é o mesmo carro/modelo/ano do original, o que gera a discussão. Outro ponto que não gera tanta discussão, mas causa estranheza a muitos colecionadores é o fato da miniatura ser vendida em uma caixa fechada, sem qualquer indicação, a não ser o código na embalagem, de qual modelo vêm dentro. Uma tradição japonesa, que remonta no final da 2° guerra mundial e a escassez de material, criou uma espécie de “brinde surpresa obrigatório”, o que gerava interesse e a fidelização da molecada procurando determinada peça. Até hoje é usado esse método, não só no Japão, mas ao redor do mundo, e o Kinder Ovo é o mais global dos representantes.


Não, a Lamborghini em questão não é de Rally. Foi erro de montagem mesmo. E acredite, é mais comum do que gostaríamos.

Pra terminar, o fato da marca não ser comercializado fora gera duas situações incômodas: quantidade e preço das peças fora do Japão. Não adianta reclamar que é difícil conseguir sua miniatura ou que paga caro, pois a marca comercializa predominantemente para o Japão, e recentemente abriu o mercado para a China. Mesmo com um mercado tão grande quanto o chinês, é notório que a produção é pequena, devido ao valor da miniatura já para o mercado oriental. Por mais que grandes lojas onlines e a própria Kyosho comercializem nos EUA, a proporção das minis que chegam lá é ínfima perto do que fica retido na terra do sol nascente e na China. E não adianta chorar e fazer beicinho, pois o foco da marca é o Japão. Claro que os acionistas e corporativistas devem estar olhando, felizes, ao aumento de reputação e procura da marca em países fora do eixo oriental, mas no mercado frágil que estamos vivendo, duvido que algum plano a curto prazo de expansão da marca para a Europa ou América esteja sendo estudado.

Saibam que tudo o que comentei acima pode não ser um defeito pra você, mas ca função da página foi a de ser um guia da marca, então, por mais que eu até não concorde com o que escrevi acima (sim, peguei opiniões estrangeiras, que eu mesmo discordo), eu precisava expor essas peculiaridades, como fonte de informação e ponto de comparação de qualidade/fidelidade/preço de uma miniatura. E como eu já disse acima, não interessa se algo está errado, ruim ou mal feito, se uma pessoa gosta de determinado objeto, ela o compra, independente do que os outros acham. Colecionismo é paixão, amor. E nós do KDB somos fissurados pela Kyosho, com o sem defeito nas miniaturas. #fato

p.s.: Um "defeito" muito discutido será analisado separadamente no meu próximo post. Aguarde por que a discussão será boa! :P

* Fonte das fotos: Daboxtoys e 1:64 Diecast Hunter.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Pequenos detalhes grandes diferenças – 1° parte.


Uma pequena análise de como a Kyosho conquista seus colecionadores.



Não poderia deixar de fazer uma análise de um tema que, de certa forma, é controverso e sempre vai criar discussões e argumentos acalorados. O assunto? As qualidades e possíveis pecados de uma marca. Gosto mais de chamar de detalhes, por que independente de preço, tamanho, peso, acabamento e detalhamento, quando a emoção (paixão, em geral) fala mais alto que a razão, tudo o que dissermos é sumariamente ignorado pelo fã de uma determinada marca ou determinado tipo de miniatura. Contudo, nós do blog KDB tentamos, ao máximo, ser imparciais, e por isso, apresentaremos agora aquilo que faz com que a Kyosho seja uma potência emergente no colecionismo diecast em escala 1/64.

Adorável semelhança.

Uma das principais características que conquista fãs e  admiradores dessa marca é a tentativa de reproduzir ao extremo cada particularidade do modelo em escala real para a miniatura. Tamanho, cor, faróis, retrovisores e uma séries de outras características que são “pasteurizadas” nas marcas mais populares são reproduzidos ao máximo, com um rigor e acabamento que foge do convencional.

O Dodge Challenger "real" vem exatamente com essas rodas, demonstrando grande trabalho para a reprodução da mini em mínimos detalhes.

A começar pelas rodas. Nos acostumamos tanto a ver miniaturas com rodas genéricas, recurso para maximizar a produção e reduzir os custos que quando nos deparamos com imagens das miniaturas na internet, é difícil acreditar que seja mesmo uma mini na escala 1/64. A maioria das peças da marca japonesa começa sua reprodução meticulosa justamente pelas rodas. Em sua grande maioria, os modelos têm exatamente as mesmas rodas em sua versão escala original, seja no formato, cor e disposição, dando um realismo pouco visto nessa escala. Vale salientar que apesar de existirem outras marcas com esse mesmo detalhe, sua produção é menor, como Minichamps e Schuco, tendo apenas em comparação, a Greenlight em termos de volume de produtos. Mesmo quando uma série usa de uma roda “em comum”, a mesma existe de verdade, e não uma criação de algum design ou desenvolvedor das minis, mantendo assim, o caráter de verossimilhança da miniatura. Claro que esse detalhe não seria completo se todas as rodas não fossem calçadas de pneus de borracha, que a marca faz questão de utilizar, muitos deles inclusive com ranhuras e marcas de produtores de pneus oficiais, como Yokohama e Bridgestone.

Um fator que arrebata corações é os... retrovisores! Isso mesmo. Todas as miniaturas têm retrovisores, e seguindo a mesma linha das rodas, modelados de acordo com o modelo original. A marca sequer se utiliza de um recurso comum de marcas mais populares que é a padronização da peça, dando a mesma a vários modelos. Não só em tamanho e forma, mas as cores são respeitadas, por isso, se for uma peça baseada em modelo antigo, com certeza terá um cromado reluzente e condizente com a matriz que o originou.


Nada de retrovisor "padrão" ou falta do mesmo. Se um carro tem um retrovisor, a Kyosho vai lá e faz, simples assim.

Outros detalhes, como limpadores de para-brisas e antenas de rádio são reproduzidos, mas em uma dimensão de realidade menor, sobretudo para facilitar a produção da miniatura. Contudo, não é impossível vermos na extinta linha Bead Collection até mesmo esses itens serem respeitados, sobretudo por ser uma linha mais detalhista, dando ai um caráter completo de reprodução.

Não podíamos esquecer os faróis e lanternas. Todos feitos de acrílico colorido respeitam os mínimos detalhes, sendo que apenas algumas minis têm as setas pintadas na carroceria. Entretanto, faróis e lanternas seguem a fidelidade do projeto, seja em formato, cor e localização. O mesmo segue a pintura, seja no tom da cor ou variedade. Coleções temáticas como Ferrari ou Porsche não sofreram de alguma cor que as fabricantes não usem. Poucas são as minis que fogem dessa tendência, e em sua grande maioria, quando utilizam cores estranhas ou muito chamativas são minis raras e escassas propositalmente (falaremos desse assunto em outro post, ok?!). Destaque para os decalques, sobretudo dos modelos baseados em carros de corrida. Não há economia, podendo um modelo ser totalmente coberto por decalques, e todos realistas, de patrocinadores e formatos do modelo de verdade.


 Os faróis, além de serem de acrílico, carregam o máximo de elementos para se compararem ao da escala real.

A altura da mini ao solo é bem bacana, não sendo muito alto, como um off-road ou suv, a não ser que a mini seja baseado nesse tipo de veículo, e na maioria das vezes, principalmente os esportivos, tem uma altura mínima do solo, realmente mostrando a vocação do modelo.

Um ponto discutível é a escala e proporcionalidade da mini. Verificamos facilmente que as minis obedecem um padrão de proporcionalidade, evitando que um carro compacto tenha o mesmo tamanho ou altura de um superesportivo, contudo, por mais que a Kyosho coloque como “true scale” suas minis, após medições pessoais e de outros colecionadores e blogs, percebemos que há alteração na escala, tendo alguns modelos próximos, mas não em escala 1/64, o que pode ser um ponto negativo ou positivo. Sobretudo, em relação a proporcionalidade,  verifica-se que há um esmero, evitando que um BMW Isetta seja maior ou perto do tamanho de uma BMW M3, mostrando exemplar proporcionalidade na escala.


Não há economia de decalques ou detalhes nas peças, independente de serem baseados em carros de rua ou de corrida. O Nissan GT-R acima tem mais decalques do que muitas minis de outros fabricantes juntas!

Pra terminar, todas as peças são dispostas em uma case com base de acrílico, nome da miniatura, e presos com parafuso facilmente retirável, dando um ar de miniatura de escala maior e superior mesmo em uma mini de escala reduzida.

Não importa pra onde você olhe uma miniatura Kyosho, sempre haverá qualidade, detalhismo e veracidade na mesma, mostrando que para ser fazer uma miniatura impecável, basta força de vontade e um pouco de ousadia, mesmo que isso custe um pouco mais do que o convencional.

No próximo post, traremos os pecados que contribuem para que a Kyosho seja uma promessa, porém não realizada, ainda. Aguarde!


*imagens: site daboxtoys, blog 1:64 diecast hunter, blog diecast-zone e blog My Inside. 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

OEM/ Dealer Edition: A volta da Bead Collection?



Miniaturas avulsas da Kyosho intrigam colecionadores e até vendedores.


Você já imaginou comprar um carro, qualquer um, com a logomarca de outra empresa? Ou mais, sem nenhuma logomarca? Será que você compraria sabendo que outra pessoa montou aquele carro que não a antiga montadora que o criou? O que pode parecer loucura, no colecionismo diecast, é natural. Muitas marcas contratam fábricas para terceirizar a montagem, embalagem e distribuição de seus produtos. Porém, muitas vezes, o contrato é encerrado sem a detentora de o material reivindicar a posse dos restos do material já produzido. Acontece também que, para baratear custos e dar exclusividade a um determinado produto, muitas vezes uma marca o produz sem qualquer referência ao original, gerando um similar de preço mais accessível e de menor tiragem.

Pode não parecer, mas essa miniatura têm a assinatura Kyosho em sua fabricação.

Acabei de explicar de forma bem genérica a linha OEM e a Dealer Edition da Kyosho. Esse recurso está se tornando cada vez mais frequente na marca, gerando confusão e muitas especulações em volta destes produtos, que ainda não foram definidos como mera estratégia de marketing ou uma nova linha diecast. Para entendermos melhor, basta lembrar o post que fiz sobre a origem da produção da Kyosho, e que em uma mesma fábrica, muitas marcas produzem os seus produtos simultaneamente, gerando desconfiança e troca de informações e base técnica entre as mesmas.
Com essa informação na cabeça, algumas manufaturas chinesas resolveram terminar de produzir modelos que foram deixados pelas empresas que utilizavam suas linhas de produção e vender no varejo. As exigências são simples: não pode haver nada que identifique a marca que pertence aquele molde, em troca de total liberdade de negociação do produto. Nasceu assim a OEM, que é a abreviação de Ex-Manufactoy Model, ou em uma tradução livre, “antiga fábrica do modelo”. Em outras palavras, as sobras de produção são montadas, decoradas de forma diferente da original e colocada à venda para comerciantes e lojistas especializados. Problemas para os colecionadores? De nenhuma forma. As marcas montadas, como a Kyosho, exigem alto grau de qualidade e precisão em sua montagem, o que garante a qualidade, além de serem sobras, o que geram séries bem limitadas em termos de peças. O que poderia ser um fiasco vira uma verdadeira mina de ouro. Se você conseguiu a sua OEM, parabéns. Se não, prepare-se para desembolsar, no mínimo, 50 dólares (100 reais) para obter uma peça. Pode até ser salgado, mas acredite, a exclusividade é total.


Detalhes mínimos diferenciam a versão OEM da versão de produção em série. Detalhes sutis, que fazem a diferença na hora de vendê-las, acreditem!

E a Dealer Edition? É essa “série”, por assim dizer, que tem levantado suspeita e dúvidas de muitos colecionadores e fóruns. A Dealer Edition deveria ser, na sua idéia original, a produção em escala limitada, de um modelo à pedido de determinado fabricante, geralmente automotivo. Contudo, existem dois tipos de “Dealers” no mercado, o que faz com que a coisa fique confusa, em um primeiro momento.
O primeiro tipo de Dealer é a produção limitada de determinado modelo para agraciar alguma campanha de marketing. Modelos da BMW, Audi e Nissan foram feitos nesse esquema, seja para serem presenteados como brindes na compra do modelo real ou marcar o lançamento do modelo em questão. Geralmente tem o mote de um OEM, não carregam a marca da empresa que construiu, e a única referência está na embalagem do modelo, geralmente no fundo da embalagem.

Mini oficial de lançamento, mas vendida oficialmente pela Kyosho. Será que esse será o "jeitinho japonês" para fazer uma série mais detalhada, como a era a Bead Collection?

Contudo, a própria Kyosho colocou a venda Dealer Editions oficiais da marca, como o Bettle, o Porsche 911 e o Lexus LFA. Então, seria esses modelos um Dealer Edition? Mas se são Dealers, como são oficiais, com logomarca debaixo da mini e tudo? A resposta é: teste de mercado. Muitos colecionadores e fóruns acreditam que os Dealers sejam um teste de público e crítica com relação a modelos mais bem acabados. Em outras palavras, um ensaio para a volta da Bead Collection, que tinha o mesmo mote de exclusividade e acabamento. Vale salientar que a série Bead acabou em 2009, e desde então, muitos modelos foram supervalorizados, mostrando a marca japonesa que existem sim público, principalmente no exterior, para miniaturas ainda mais detalhadas na escala 1:64. Se a série mais detalhada da fabricante oriental voltará ou não, só o tempo dirá. Contudo, com a frequência cada vez maior de modelos sendo lançados nesse parâmetro, para mim, será questão de tempo até vermos a Dealer Edition oficializada. Torcida e colecionadores é que não falta, com certeza.


fotos: Site Daboxtoys e Google Images

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Ctba Customs: de colecionador Kyosho para colecionador Kyosho.




A Ctba Customs vende Kyosho por que entende exatamente o que o colecionador precisa.


Já comentei aqui que comprar minis da Kyosho não é uma tarefa tão fácil em se tratando de Brasil. As miniaturas não são comercializadas e muito menos distribuídas oficialmente no nosso país, sobrando ao colecionador recorrer a vendedores e lojas especializadas. Contudo, até as lojas especializadas no nosso Brasil não trabalham com essa marca (a grande maioria) . Ai você pensa: “Fud...!” Calma! Para isso é que existe o blog Kyosho Diecast Brasil.
Sempre que possível, trarei vendedores e lojas sérias aonde vocês poderão pesquisar e comprar os modelos. Não caberá a eu decidir sobre valores ou negociações. Apenas trarei os vendedores que sei que são sérios, e que não deixarão você amigo colecionador na mão.
E o primeiro de nossa série será a Ctba Customs Miniaturas. Situada em Curitiba, a Ctba começou a vender miniaturas há pouco mais de um ano. O motivo? Seu proprietário, Muriel Felipe Schiochetti é um aficionado pela marca Lamborghini, e coleciona miniaturas de quase todas as escalas relacionada a marca italiana. Um dia, vasculhando a net, deu de cara com a marca Kyosho, e procurou lojas e vendedores que tivessem as minis tão desejadas. Resultado? NADA. Daí, com o conhecimento de inglês e procurando contatos comerciais, conseguiu as minis que tanto desejava. Amigos e colecionadores próximos se entusiasmaram com a vitória de Muriel, mas como todo bom brasileiro, preferiam que “alguém” conseguisse as minis. Não é difícil imaginar o que o Muriel fez né? Montou a Ctba Customs Miniaturas e revende as peças para colecionadores brasileiros.

Pode não parecer, mas a Ctba Customs é a maior revendedora independente Kyosho no Brasil!


Segundo palavras do próprio Muriel: “Comecei a colecionar as Lamborghinis por causa da Lamborghini Gallardo LP570-4 cor verde ithaca, sempre gostei das lambos. Claro que comprei um ou outro HW, mas nunca gostei de verdade. Quando vi a Lamborghini que falei no Ebay, marca Kyosho e a um preço não muito alto, arrisquei. Deu certo, comecei a pesquisar e a entender mais da marca. Me apaixonei e passei a comprar com frequência. Depois foi questão de tempo a querer completar as séries, porém esbarrei na dificuldade de encontrar modelos antigos e pensei ‘se eu tenho dificuldade os outros também devem ter’ e quis facilitar não só a minha vida,  mas a de todo mundo.”
A brincadeira virou coisa séria (ou nem tanto – entenda mais a frente). Ele começou a aumentar o estoque, ganhar fama entre colecionadores sulistas, e hoje é um dos maiores fornecedores de Kyosho do Brasil. Ele mesmo explica o motivo: “Apesar da seriedade do negócio, tento manter as vendas o m ais próximo possível, mantendo a venda como mais um hobby que adquiri. Muitos pensam que eu lucro muito, mas acreditem o lucro que é pouco coloco pra sustentar o estoque e ter variedade, e claro, comprar lambos pra mim (muitos risos)”.
A Ctba Customs vende em média de 70 a 200 peças por mês, e hoje conta com um estoque de mais de 1500 miniaturas para pronto-atendimento ao colecionador brasileiro. “A pior sensação que um colecionador por ter, e eu já senti isso, é querer muito uma determinada miniatura, e o vendedor não ter, ou sequer previsão de tê-la. Preferi pecar pelo excesso à pela falta (mais risos). Hoje, tento atender de todas as formas possíveis o aficionado pela marca, seja no preço, na forma de pagamento, na variedade ou até na encomenda da miniatura desejada, coisa que quase ninguém no mercado faz” explica Muriel.
Muriel ainda complementa falando sobre valores e a dificuldade de conseguir as minis: “A pior parte no processo de venda é conseguir as minis por um preço justo e honesto. Diferente de outras lojas que tem fornecedores grandes e especializados, eu acabo conseguindo a mini de várias fontes, e por conta da quantidade de peças, muitas vezes o preço final não é exatamente o que o colecionador procura. Claro que muitos comparam com os Hot Wheels, mas se pararmos para analisar as duas marcas, o valor de um Kyosho poderia ser muito superior ao que é cobrado em mercado devido ao esmero e detalhismo extremo. Por isso, acho que não vendo mais por que a nossa cultura de colecionar ainda está muito baseada nos carrinhos da Mattel.” O dono da Ctba Customs termina dizendo que o objetivo da empresa é, no futuro, se tornar um “fornecedor oficial” da marca em nosso país, para que dessa forma, possa melhorar o atendimento e diminuir custos operacionais: “Eu e o pessoal da fan page da Kyosho Diecast Brasil (www.facebook.com/KyoshoDiecastBrasil) estamos nessa batalha para popularizar a marca no Brasil. Claro que eu gostaria de ser um representante oficial da linha diecast, mas acima de tudo, queremos que a marca volte seus olhos para o Brasil e de alguma forma as minis cheguem oficialmente por aqui, para que, enfim, todos possam sair lucrando e felizes. Quero que todos vençam, independente de quem seja.”



Visão de uma parte do estoque da Ctba Customs. Pouca coisa não?


Se interessou? Pode procurar o Muriel e sua equipe na página do Facebook (www.facebook.com/curitibacustoms) ou através do anúncio da Ctba Customs no Mercado Livre (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-453320467-kyosho-164-encomendamos-qualquer-miniatura-peca-ja-a-sua-_JM), pois todos estarão prontos para lhe atender e te ajudar naquela mini que você tanto deseja dessa marca japonesa que tanto amamos. Há, mas se for Lamborghini, não te garanto não, sabe como é, o Muriel é fã, acha todas bonitas... Torce para ele deixar alguma pra você, hehehehe.

p.s.: Brincadeiras a parte, o pessoal da Ctba Customs consegue de qualquer marca, inclusive Lamborghini. Agradecendo ao Muriel e a todos da Ctba pela gentileza e tempo em conceder essa reportagem para o Kyosho Diecast Brasil.