Pequenos detalhes grandes
diferenças – 1° parte.
Uma pequena análise de como a Kyosho conquista seus colecionadores.
Não poderia deixar de fazer uma
análise de um tema que, de certa forma, é controverso e sempre vai criar
discussões e argumentos acalorados. O assunto? As qualidades e possíveis
pecados de uma marca. Gosto mais de chamar de detalhes, por que independente de
preço, tamanho, peso, acabamento e detalhamento, quando a emoção (paixão,
em geral) fala mais alto que a razão, tudo o que dissermos é sumariamente
ignorado pelo fã de uma determinada marca ou determinado tipo de miniatura.
Contudo, nós do blog KDB tentamos, ao máximo, ser imparciais, e por isso,
apresentaremos agora aquilo que faz com que a Kyosho seja uma potência
emergente no colecionismo diecast em escala 1/64.
Adorável semelhança.
Uma das principais
características que conquista fãs e
admiradores dessa marca é a tentativa de reproduzir ao extremo cada
particularidade do modelo em escala real para a miniatura. Tamanho, cor,
faróis, retrovisores e uma séries de outras características que são
“pasteurizadas” nas marcas mais populares são reproduzidos ao máximo, com um
rigor e acabamento que foge do convencional.
A começar pelas rodas. Nos
acostumamos tanto a ver miniaturas com rodas genéricas, recurso para maximizar
a produção e reduzir os custos que quando nos deparamos com imagens das
miniaturas na internet, é difícil acreditar que seja mesmo uma mini na escala
1/64. A maioria das peças da marca japonesa começa sua reprodução meticulosa
justamente pelas rodas. Em sua grande maioria, os modelos têm exatamente as
mesmas rodas em sua versão escala original, seja no formato, cor e disposição,
dando um realismo pouco visto nessa escala. Vale salientar que apesar de
existirem outras marcas com esse mesmo detalhe, sua produção é menor, como
Minichamps e Schuco, tendo apenas em comparação, a Greenlight em termos de
volume de produtos. Mesmo quando uma série usa de uma roda “em comum”, a mesma
existe de verdade, e não uma criação de algum design ou desenvolvedor das
minis, mantendo assim, o caráter de verossimilhança da miniatura. Claro que
esse detalhe não seria completo se todas as rodas não fossem calçadas de pneus
de borracha, que a marca faz questão de utilizar, muitos deles inclusive com
ranhuras e marcas de produtores de pneus oficiais, como Yokohama e Bridgestone.
Um fator que arrebata corações é os...
retrovisores! Isso mesmo. Todas as miniaturas têm retrovisores, e seguindo a
mesma linha das rodas, modelados de acordo com o modelo original. A marca
sequer se utiliza de um recurso comum de marcas mais populares que é a
padronização da peça, dando a mesma a vários modelos. Não só em tamanho e
forma, mas as cores são respeitadas, por isso, se for uma peça baseada em
modelo antigo, com certeza terá um cromado reluzente e condizente com a matriz
que o originou.
Outros detalhes, como limpadores
de para-brisas e antenas de rádio são reproduzidos, mas em uma dimensão de
realidade menor, sobretudo para facilitar a produção da miniatura. Contudo, não
é impossível vermos na extinta linha Bead Collection até mesmo esses itens
serem respeitados, sobretudo por ser uma linha mais detalhista, dando ai um
caráter completo de reprodução.
Não podíamos esquecer os faróis e
lanternas. Todos feitos de acrílico colorido respeitam os mínimos detalhes,
sendo que apenas algumas minis têm as setas pintadas na carroceria. Entretanto,
faróis e lanternas seguem a fidelidade do projeto, seja em formato, cor e
localização. O mesmo segue a pintura, seja no tom da cor ou variedade. Coleções
temáticas como Ferrari ou Porsche não sofreram de alguma cor que as fabricantes
não usem. Poucas são as minis que fogem dessa tendência, e em sua grande
maioria, quando utilizam cores estranhas ou muito chamativas são minis raras e
escassas propositalmente (falaremos desse assunto em outro post, ok?!).
Destaque para os decalques, sobretudo dos modelos baseados em carros de
corrida. Não há economia, podendo um modelo ser totalmente coberto por
decalques, e todos realistas, de patrocinadores e formatos do modelo de
verdade.
A altura da mini ao solo é bem
bacana, não sendo muito alto, como um off-road ou suv, a não ser que a mini
seja baseado nesse tipo de veículo, e na maioria das vezes, principalmente os
esportivos, tem uma altura mínima do solo, realmente mostrando a vocação do
modelo.
Um ponto discutível é a escala e
proporcionalidade da mini. Verificamos facilmente que as minis obedecem um
padrão de proporcionalidade, evitando que um carro compacto tenha o mesmo
tamanho ou altura de um superesportivo, contudo, por mais que a Kyosho coloque
como “true scale” suas minis, após medições pessoais e de outros colecionadores
e blogs, percebemos que há alteração na escala, tendo alguns modelos próximos,
mas não em escala 1/64, o que pode ser um ponto negativo ou positivo.
Sobretudo, em relação a proporcionalidade,
verifica-se que há um esmero, evitando que um BMW Isetta seja maior ou
perto do tamanho de uma BMW M3, mostrando exemplar proporcionalidade na escala.
Pra terminar, todas as peças são
dispostas em uma case com base de acrílico, nome da miniatura, e presos com
parafuso facilmente retirável, dando um ar de miniatura de escala maior e
superior mesmo em uma mini de escala reduzida.
Não importa pra onde você olhe
uma miniatura Kyosho, sempre haverá qualidade, detalhismo e veracidade na
mesma, mostrando que para ser fazer uma miniatura impecável, basta força de
vontade e um pouco de ousadia, mesmo que isso custe um pouco mais do que o
convencional.
No próximo post, traremos os pecados que contribuem para que a Kyosho seja uma promessa, porém não realizada, ainda. Aguarde!
*imagens: site daboxtoys, blog 1:64 diecast hunter, blog diecast-zone e blog My Inside.