quarta-feira, 20 de março de 2013

Pequenos detalhes, grandes diferenças – 2° parte.



Nem tudo é perfeito. Até mesmo em um Kyosho.

Como prometi, aqui estou para a segunda parte de minha análise sobre a qualidade das minis Kyosho em escala 1/64. Antes que eu seja linchado em praça pública, vale lembrar que nenhuma miniatura, seja ela de qual marca ou nacionalidade, é perfeita. Esse artigo serve mais para um efeito de conhecimento da marca, uma espécie de “eu avisei”, que muitas vezes procuramos, e mesmo em inglês ou japonês, temos dificuldades de achar. Os critérios usados foram o da minha percepção com as miniaturas que possuo (23 no total, até o momento, sendo 6 Bead Collection), comentários e quase 9 anos de colecionismo na escala 1/64. Claro que respeitarei todos os comentários, sejam eles a favor ou contra a minha opinião, mas não colocando minha Mãe ou Esposa no meio, o resto é aguentável galera.

Então, vamos aos fatos. Toda moeda tem dois lados, duas faces. Com a Kyosho não seria diferente, por mais que torçamos. Alguns detalhes pode ser questão de gosto, outros, inevitáveis no que diz respeito a produção em série de um produto, mas os erros estão lá, e não podemos simplesmente ignorá-los ok?!

A mini pode ser grande, mas acredite, é bem mais leve do que qualquer Hot Wheels moderno. E o plástico está presente em abundância.

O primeiro aspecto negativo é com relação ao peso da miniatura. Não que ela seja uma pluma, mas se analisarem o peso, perceberão que uma mini Hot Wheels ou Matchbox, mesmo com a maior predominância de plástico na fabricação nos últimos anos, pesam bem mais. Resultado de uma liga Zamac mais fina, o que por consequência, deixa a miniatura oriental mais leve. Outro detalhe é que o plástico é encontrado em grande quantidade. Todas as minis tem sim a carroceria feita de metal, mas todas também tem a base feita em plástico, é de certa forma mais fino do que encontramos em outras marcas que se utilizam do mesmo material em seus produtos. Não sei, realmente, se a quantidade é influência na produção de um corpo de metal  e em sua base de plástico, para torná-lo mais detalhado, ou se é apenas questão de economia, mas que uma mini Kyosho é mais leve, isso é inegável.

Outro fator que contribui para o peso é a tinta. As camadas são em menor número, ou menos espessas, na Kyosho do que em outras miniaturas, o que provoca um problema inevitável: miniatura Kyosho e queda não se dão bem, mesmo! Não que nenhum colecionador queira ver suas miniaturas se chocando contra o chão, mas em alguns casos, quando isso acontece, respiramos aliviado que a pintura não foi atingida, e não sofreu o famoso “descasque”. Na marca oriental, não tem erro: é 100% de certeza de ficar danificada. Não só em quedas, mas se a mini ficar muito tempo em contato direto com outra superfície (maleta ou painel de transporte) fatidicamente era sofrerá danos na sua pintura.

Devia vir escrito: "Cuidado, muito frágil! Nunca tire da base acrílica sob pena de ter sua pintura danificada".

Se o detalhamento é um ponto forte, não podemos dizer o mesmo da execução dos encaixes, sobretudo dos rebites e retrovisores. Não é incomum você encontrar uma peça em que o rebite foi colocado tão justo, que a mini fica rebaixada “demais”, e a rodas roçam na carroceria ou sequer rodam. Os retrovisores, muitas vezes, são mal presos, e são demasiadamente frágeis. Qualquer descuido no manuseio da mini, mesmo em sua base, pode fazer que o retrovisor seja arrancado. E o conserto é difícil e raramente fica sem marcas.

Outro ponto polêmico, não que seja um erro, mas uma peculiaridade, são as várias versões de um mesmo modelo. Ferrari, Lamborghini e Porsche são alguns dos modelos que tiveram dois, as vezes 3 moldes de carroceria diferentes para um mesmo modelo, o que pode gerar de duas uma: raiva ou frustração, pois as versões recentes são bem mais reais e detalhadas que as primeiras, ou fascinação e colecionismo ao extremo, pois as versões antigas se tornam raras e valiosas, inflacionando seu preço. Antes que me digam “mas a HW tem trilhões de versões de Mustang ou Camaros”, é raro ela trocar o molde de um mesmo modelo. Geralmente ela cria um molde novo, e adiciona um novo nome, ou é o mesmo ano, mas modelos diferentes. Na Kyosho é o mesmo carro/modelo/ano do original, o que gera a discussão. Outro ponto que não gera tanta discussão, mas causa estranheza a muitos colecionadores é o fato da miniatura ser vendida em uma caixa fechada, sem qualquer indicação, a não ser o código na embalagem, de qual modelo vêm dentro. Uma tradição japonesa, que remonta no final da 2° guerra mundial e a escassez de material, criou uma espécie de “brinde surpresa obrigatório”, o que gerava interesse e a fidelização da molecada procurando determinada peça. Até hoje é usado esse método, não só no Japão, mas ao redor do mundo, e o Kinder Ovo é o mais global dos representantes.


Não, a Lamborghini em questão não é de Rally. Foi erro de montagem mesmo. E acredite, é mais comum do que gostaríamos.

Pra terminar, o fato da marca não ser comercializado fora gera duas situações incômodas: quantidade e preço das peças fora do Japão. Não adianta reclamar que é difícil conseguir sua miniatura ou que paga caro, pois a marca comercializa predominantemente para o Japão, e recentemente abriu o mercado para a China. Mesmo com um mercado tão grande quanto o chinês, é notório que a produção é pequena, devido ao valor da miniatura já para o mercado oriental. Por mais que grandes lojas onlines e a própria Kyosho comercializem nos EUA, a proporção das minis que chegam lá é ínfima perto do que fica retido na terra do sol nascente e na China. E não adianta chorar e fazer beicinho, pois o foco da marca é o Japão. Claro que os acionistas e corporativistas devem estar olhando, felizes, ao aumento de reputação e procura da marca em países fora do eixo oriental, mas no mercado frágil que estamos vivendo, duvido que algum plano a curto prazo de expansão da marca para a Europa ou América esteja sendo estudado.

Saibam que tudo o que comentei acima pode não ser um defeito pra você, mas ca função da página foi a de ser um guia da marca, então, por mais que eu até não concorde com o que escrevi acima (sim, peguei opiniões estrangeiras, que eu mesmo discordo), eu precisava expor essas peculiaridades, como fonte de informação e ponto de comparação de qualidade/fidelidade/preço de uma miniatura. E como eu já disse acima, não interessa se algo está errado, ruim ou mal feito, se uma pessoa gosta de determinado objeto, ela o compra, independente do que os outros acham. Colecionismo é paixão, amor. E nós do KDB somos fissurados pela Kyosho, com o sem defeito nas miniaturas. #fato

p.s.: Um "defeito" muito discutido será analisado separadamente no meu próximo post. Aguarde por que a discussão será boa! :P

* Fonte das fotos: Daboxtoys e 1:64 Diecast Hunter.

Um comentário:

  1. Olá Jeff,

    Concordo plenamente com todos os pontos negativos apresentados, mas é como dizem: "Nada no mundo é perfeito", é preciso ter muito cuidado ao lidar com elas, mas vale a pena. Atualmente eu coleciono miniaturas de oito marcas e em todas elas tenho modelos com algum tipo de defeito, até na M2 Machines com a sua imensa quantidade de peças individuais numa miniatura 1/64.
    Parabéns pelo post, gostei bastante, recentemente iniciei um especial no meu blog falando dos detalhes nas minis começando com os faróis, artigos assim são ótimos, pois o pessoal tem essas dúvidas.

    Abração,

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