quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Detalhismo e qualidade aonde ninguém imaginava

Escala 1:64 mostra até onde uma marca pode chegar.


O realismo marca a escala 1:64, mesmo com toda a dificuldade que o tamanho proporciona.


Olá! Depois de uma bela ceia de natal, nada melhor do que matar a ressaca com mais história da marca que amamos e queremos tanto. Vocês já sabem como tudo começou (literalmente) e como a marca japonesa referência em diecast começou no segmento de miniaturas. Mas e a escala mais famosa, difundida e disputada? Quando a Kyosho começou a fazer modelos 1:64?

O ano é 2002. A fabricante já havia se especializado nas escalas mais famosas e que, de certa forma, permitia mostrar ao mundo que no oriente se sabia fazer réplicas com detalhismo ímpar, deixando em nada a desejar das grandes marcas. Porém, a escala mais popular faltava em seu casting. E ela começou de uma forma que poucas haviam feito.

Modelos que fizeram história no automobilismo mundial também são o mote da coleção.

A linha era chamada de Bead Collection, e juntamente com a J-Collection (essa em escala maior, entre 1:43 até 1:10) inauguraram o segmento diecast em nível industrial. Claro que os primeiros modelos seriam japoneses, da mesma forma que suas concorrentes, no passado, prezaram e deram maior destaque à modelos do imaginário de seus países de origem. Enquanto a J-Collection impressionava, mas mantinha o padrão de marcas como Autoart e Ixo, empresas essas importantes na formação da Kyosho como manufatura de modelos diecast, que explicarei em outro momento, na escala 1:64 a história foi bem diferente.


Modelos clássicos japoneses foram retratados com detalhismo raro para a escala 1:64.

Todos os modelos são ricos em detalhes, desde rodas e decalques que representam exatamente o modelo original, até aqueles que todos colecionador mais chato e exigente questiona em uma miniatura, como pneus de borracha, retrovisores, faróis e lanternas. Destaque para o fato da linha ter sido lançada como uma série “básica” para colecionadores avançados, o que equivaleria ao linha adulta da Hot Wheels. Inclusive, ela é a maior fonte de inspiração e modelo seguido pelos japoneses, porém, parece que os nipônicos só se espelharam nas partes boas, e aboliram as ruins.

A lista de Bead Collections é de mais de 150 modelos. Algumas particularidades aqui devem ser explicadas, para evitar dúvidas e ajudar no colecionismo da marca:

- Por mais que o modelo tenha numeração diferente, muitas vezes é o mesmo modelo, apenas com outra cor ou decalque.
- Muitos modelos aparecem na linha básica (Linha Sunkus K, que explicarei mais a frente) e na Bead Collection, contudo, seus moldes e detalhes são diferentes. Os Beads são ainda mais detalhados.
- Todos os modelos são “True 1:64 Scale”, ou seja, a escala é 1:64 real, diferente de outras marcas, que por maior liberdade na sua criação, tem apenas a escala aproximada do modelo, variando de 1/60 até 1/72.
- Apesar de todo o detalhismo, os modelos japoneses não abrem as portas ou capô, mesmo em sua linha mais luxuosa. Vale aqui uma pequena defesa: todos os modelos foram feitos para serem comuns, de preço baixo,mesmo que o detalhismo seja alto, o que a marca sacrificou foi justamente as aberturas existente em um automóvel, da mesma forma que a marca que ela se inspira, a Hot Wheels.
- Infelizmente, em 2009 foi lançado o último modelo dessa série fantástica. Contudo, muitos colecionadores internacionais consideram os modelos lançados avulsos e comemorativos (como lançamentos de modelos reais ou séries limitadas) como integrantes da Bead Collection, devido ao detalhismo e esmero maior desses modelos com relação a série básica.


O modelo vem em base e caixa de acrílico. Parafusos prendem a mini a base, que mantém a segurança da mini, porém permitindo solta-lá de forma fácil .

Dessa forma, a Kyosho ingressou na escala mais popular e fascinante para maioria dos colecionadores, e mostra até hoje, que mesmo que preze pela economia e preço de seus produtos, pode-se fazer algo em que a qualidade e a riqueza de detalhes salta aos olhos, e não empobrecendo seu produto e usando como desculpas crises financeiras e mudanças mercadológicas. Com certeza, é a personificação da frase “O discípulo superou o mestre”. E muito.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Kyosho e o Diecast, uma história “natural”.

 O Brabham BY60 foi o primeiro modelo diecast da faricante japonesa (acima).


Alguns podem estar estranhando as aspas no título de meu post. Ao longo do post você entenderá o recurso ortográfico. Como vimos na primeira postagem séria do blog, a Kyosho começou produzindo modelos a controle remoto, os famosos R/C. A empresa ganhou durante suas primeiras duas décadas notoriedade, ao ponto de engolir concorrentes internacionais e polarizar a atenção com sua conterrânea Tamiya.
Embalagem da montadora segue o mesmo padrão até os dias de hoje.

Em se tratando de publicidade, no entanto, nada mais natural que uma empresa desse porte procurasse meios de divulgar seus produtos, e patrocinar corridas de automóveis seria o caminho natural na década de 80/90. A empresa resolveu patrocinar a equipe de Fórmula 1 Brabham Racing Organization (exatamente a que levou Piquet ao seu primeiro campeonato e trouxe ao mundo o senhor Bernie Ecclestone, mandatário da categoria nos dias de hoje), e para comemorar o patrocínio, nada mais justo que a confecção de uma... miniatura diecast! Isso mesmo! A maior empresa de Radio Controllers do mundo resolveu ampliar seus horizontes, e partir para o mundo das réplicas Diecast, mercado que sempre teve vários fabricantes, mas que sempre foi polarizados pelas gigantes Hot Wheels e Matchbox. O modelo que inaugurou a linha de produção da fabricante japonesa foi o próprio Fórmula 1 Brabham Yamaha BT60Y 1991, na escala 1:43. Merece destaque a escolha da escala, já que a marca sempre teve na Europa sua principal concorrência, e no velho continente, essa escala em especial é a mais consumida, mostrando assim que os japoneses não vieram para brincar.

Benetton Ford da primeira coleção oficial.

Nas fotos retiradas da internet, você percebe que o modelo, mesmo sendo inaugural, em que se esperaria uma qualidade inferior ou detalhismo falho, é bem fiel ao modelo real, e em nada deixa a desejar as miniaturas feitas na época e até nos dias de hoje. O sucesso foi tão grande que a marca resolveu fazer outras miniaturas de modelos da temporada de 1991/1992 do campeonato maior do automobilismo internacional. E ela não brincou em serviço.

Com esse modelo, um dos pilotos japoneses mais renomados, Aguri Suzuki, se mostrou para o mundo.


Além da Brabham, foram feitas réplicas da Williams (modelo Williams Renault FW14B), Bennetton (modelo Benetton Ford B192), Footwork (modelo Footwork FA13 Mugen Honda), esse inclusive imprescindível, pois a equipe era de origem japonesa e tinha um dos primeiros pilotos japoneses, Aguri Suzuki, e, pasme a toda poderosa Ferrari (modelo Ferrari F92A), provando que o produto tinha qualidade, pois é notório e sabido que a montadora italiana não permite o uso de sua imagem em qualquer produto, tendo que ser provado um grau de qualidade para os italianos, sempre elevado em termos de fidelidade e qualidade, para reproduzir seus modelos seja que escala for. Prova mais do que viva que a marca começou com o pé direito, e era questão de tempo até se tornar uma das maiores no gênero, como fez com os R/C. Mas ai é história para outro dia.

Realismo nos detalhes do Footwork Footwork FA13 Mugen Honda provam que a marca prezava pela fidelidade, desde o seu início.

Para finalizar, uma dica: apesar de serem antigos e um tanto quanto raros, não são tão caros de serem adquiridos, se comparado com raridades de outras marcas. Fica a dica hein?!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Kyosho: Como tudo começou

O pioneirismo de uma empresa marcando até os dias de hoje.


Pioneiros da Kyosho e os primeiros modelos construídos pela empresa, em 1970.

Não dá para começar a entender a dimensão de algo e sua importância, se você não tem o conhecimento básico sobre o mesmo? Pensando nisso, nada mais justo do que voltarmos ao passado, visitando a história da marca, para saber como ela chegou aonde chegou na indústria de miniaturas diecast.


Primeiro R/C da marca japonesa. Esse exemplar está usando a bolha do Lola T70.

A marca, fundada em 10 de Outubro de 1963, começou no ramo de brinquedo, fazendo miniaturas de carros, aviões e barcos, em especial a controle remoto (ou R/C – Radio Controller, como são mais conhecidos). Muitos dos modelos no início eram fabricados no Japão, e posteriormente transferidos para a China. Poderia ter sido mais uma marca dentre tantas outras, mas em 1970, a empresa revolucionou o mercado de R/C ao lançar um modelo aonde o chassi era separável da carroceria, o que dava total liberdade de customização e facilidade de manutenção. Aliado a esse fato, a Kyosho investiu em escalas pouco usuais naquela época, sendo as escalas 1/8 e 1/10 as de maior investimento. Pense comigo: produto de excelente qualidade, que facilita a manutenção e ainda pode ter a “cara” do dono, em plena década de 70?! Imaginem o sucesso estrondoso que a marca fez mundo afora.


Primeiros modelo da marca visto sem a carenagem, que podia ser trocada ao gosto do usuário, uma revolução para a época.

Rapidamente a empresa ganha notoriedade no segmento. Atendendo a cada vez maior ânsia dos consumidores por novidades a Kyosho promoveu uma vertiginosa expansão de sua linha num curto espaço de tempo evitando assim um contra-ataque da concorrência. Resultado: a empresa se tornou em, poucos anos a maior do seu segmento. 
Os modelos atuais não deixam a desejar em termos de fidelidade e acabamento aos modelos "reais". Hoje a fabricante é uma gigante.

Hoje, sejam motores a combustão ou elétricos, ela capitaliza a atenção com sua eterna e grande rival, a Tamyia, também japonesa, aonde antes alemães e americanos monopolizavam o segmento. Só para se ter uma idéia, existem campeonatos e equipes oficiais patrocinadas e sustentadas pela empresa, mostrando que a “brincadeira de criança” é levada a sério pela marca japonesa. Seu mais recente produto são os robôs a controle remoto Manoi, e que, segundo a empresa, já são o futuro nos dias de hoje.
Uma empresa ousada, sem medo de errare com alto teor de qualidade e detalhe, não poderia ficar de fora de um ramo admirado e que cada vez cresce em se tratando de brinquedos e entretenimento: miniaturas diecast. Mas esse assunto é tema de nossa próxima conversa. Até mais!

*fotos: http://www.classic.rc-junkies.net e www.kyosho.co.jp

O início da jornada.


Pra começar, basta ter (muita) fé.



Olá pessoal! É com imenso prazer que venho através desse espaço para começar um sonho que já se arrasta por anos. Pensei muito, muito mesmo em fazer um blog, mas sempre algo me impedia: tempo, trabalho, estudos, família... porém, sempre faltava algo. Mas hoje, pensei comigo mesmo: "Chega! Ou é agora ou é nunca mais!"
E vão me perguntar: Por quê Kyosho? Por quê não Hot Wheels, Matchbox, Greenlight, M2? Simples, essa resposta. Porque todas tem sites e blogs plenamente especializados, bem gerenciados e de facilidade de consulta. Essa marca que me apaixonei recentemente, mas que já conquistou meu coração, tem uma carência de informações, que nem grandes fóruns internacionais conseguem suprir a curiosidade dos colecionadores. Então, é para isso que venho aqui: saciar o desejo e a necessidade de todos em saber mais sobre uma marca que preza pela qualidade, sem esquecer dos colecionadores e seus anseios.
Esse é apenas um pequeno esboço do que está para vir. E espero que todos me ajudem, pois acima de tudo, estou fazendo isso por vocês, colecionadores ávidos por informações.
Antes de terminar, queria agradecer àqueles que, de certa forma, me estimularam e apoiaram nesse projeto: Nêga, família, Clube Hot Wheels Brasil, Curitiba Customs, Nostalgia Minis, Blog T-Hunted e a todos os colecionadores que, de alguma forma, me enriqueceram com informações e sabedoria.
Obrigado e sintam-se a vontade, pois a casa é nossa!

* foto: apexevolution.blog112.fc2.com